Verdão tem duas atuações bem distintas em partida das quartas de final da Copa do Brasil; Cuca mexe no time para o segundo tempo e consegue reação que parecia impossível
e um primeiro tempo desastroso a uma segunda etapa de encher os olhos. Teve de tudo para o torcedor do Palmeiras, que viu seu time buscar o empate por 3 a 3, depois de terminar os 45 minutos iniciais perdendo por 3 a 0. Além de seguir vivo nas quartas de final da Copa do Brasil, o duelo realizado no estádio alviverde, na última quarta-feira, mostrou alguns pontos interessantes para o técnico Cuca, já pensando na partida da próxima semana, contra o Barcelona, no Equador, pela Taça Libertadores da América.
Como o campinho mostra abaixo, o Verdão iniciou a partida no 4-2-3-1, com Thiago Santos e Tchê Tchê como volantes, Róger Guedes aberto pela direita, Guerra centralizado e Dudu na esquerda. À frente, Willian funcionava como referência. O venezuelano, em bela jogada individual, quase fez um golaço no primeiro ataque alviverde da partida. Mas o Palmeiras parou nesse lance.
Nos 27 minutos seguintes, o que se viu foi um show de bola do Cruzeiro, que aproveitou a deficiência de marcação das duas laterais. Tanto Fabiano quanto Zé Roberto deixaram muito a desejar. E Cuca deve pensar nisso na hora de montar o time que atuará no Equador. No primeiro gol, após um ataque do Verdão, a Raposa saiu no contra-ataque com cinco contra três. Alisson tocou para Diogo Barbosa que, nas costas de Fabiano, cruzou para Thiago Neves marcar.
O segundo tento mineiro foi um golaço. O Cruzeiro fez linha de passe pelo lado direito do seu ataque até que Sóbis acionou Lucas Romero que, nas costas de Zé Roberto, cruzou para Robinho deixar sua marca.
A situação piorou aos 30, quando Thiago Neves, até então o melhor em campo, deu assistência primorosa para Alisson, que avançou nas costas de Fabiano e bateu sem chance para Fernando Prass: 3 a 0. A vantagem surpreendeu até mesmo os cruzeirenses mais confiantes.
Cuca mexe nas duas laterais e arruma o time
Cuca precisava agir. Ou ele arrumava a marcação nas duas laterais ou o Verdão levaria uma goleada histórica. E foi o que ele fez. Aos 32, entrou Egídio na vaga de Fabiano. Zé Roberto saiu da lateral esquerda e foi para o meio-campo na vaga de Tchê Tchê, que acabou deslocado para o lado direito da defesa. A mudança fez bem ao time, que conseguiu se estabilizar defensivamente. O Cruzeiro perdeu os espaços que tinha para jogar. Só que ofensivamente, até o apito para o intervalo, o Palmeiras nada criou.
Borja entra, “pilha o time” e Verdão reage comandado por Dudu
No intervalo, um motivo a mais de preocupação para o técnico Cuca e para os palmeirenses: Guerra sentiu um incômodo e pediu substituição. Borja foi o escolhido para entrar no seu lugar. Aqui entra mais uma observação interessante para o treinador palmeirense.
O torcedor que está acostumado a ver o colombiano atuando como centroavante dentro da área viu o camisa 9 atuar mais pelo lado direito. Dudu foi a peça que passou a atuar mais centralizado. E Borja “pilhou” o time, que ganhou um combustível extra e partiu em busca da recuperação.
Para que o plano pudesse dar certo, a ideia era marcar um gol rápido para transformar um estádio em caldeirão. E a estratégia deu certo. Aos seis minutos, em jogada iniciada por Borja e que teve chute mascado de Zé Roberto, Dudu acertou o ângulo esquerdo de Fábio. Começava ali a reação alviverde, que nitidamente tinha uma postura diferente em campo. (Veja o gol no vídeo acima)
O Verdão alugou o meio-campo e, num esquema 4-2-4, encurralou o Cruzeiro, que mal conseguia passar do meio-campo. A bola batia e voltava. Willian, de bicicleta, exigiu bela defesa de Fábio. O sufoco era enorme, e o Verdão marcou mais um gol aos 15, novamente com Dudu, após cruzamento de Egídio da esquerda. Quatro minutos depois, veio o empate, com Willian. Festa alucinante na Arena Palmeiras.
Por que parou?
Num dos mistérios do futebol, o Palmeiras pareceu se satisfazer quando chegou ao empate e diminuiu seu ritmo em campo. E o Cruzeiro, que mal conseguia respirar, conseguiu tocar um pouco a bola no meio. Cuca percebeu a queda e colocou novo gás no ataque, colocando Keno na vaga de Róger Guedes. Borja deixou o lado direito e foi para a área. O time ainda tinha Dudu e Wilian chegando por trás. Mas não funcionou. O empate permaneceu até o fim.