Por Laura Veloso
Em meio a boletins diários com números desanimadores de contaminados, internações e vidas ceifadas pelo coronavírus, um suspiro de esperança: atacadistas e distribuidores geram novos empregos no Estado e garantem o sustento de famílias que já trabalhavam no setor.
Segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), o setor atacadista e distribuidor vem apresentando números positivos de crescimento no faturamento desde o início da pandemia, como mostra o boletim mais recente de movimento econômico divulgado em matéria publicada no site do órgão, comparando o mês de fevereiro de 2021 com o mesmo período do ano passado, como diz o trecho a seguir:
“De acordo com os dados, o setor atacadista teve aumento de 15% no seu total, com ênfase positiva nos segmentos representativos de atacadistas de produtos diversificados (33%), produtos químicos (26%), alimentos (21%), bebidas (15%) e material de construção (10%), que representaram 81% dos valores totais emitidos”, ressalta a Sefaz.
Admitidos na pandemia – Em um panorama geral, estamos no caos e não há muito o que comemorar, é verdade. Porém, apesar do período crítico sanitário e econômico instalado pela Covid-19, alguns profissionais, além dos da área da saúde, conseguiram ser admitidos neste período de pandemia e, com isso, garantir o sustento de suas famílias. Foi o caso de Josivania Soares e Edirlan Pereira, ambos contratados por uma distribuidora de Santana do Ipanema.
“Eu trabalhava há 18 anos numa mesma empresa, quando em dezembro de 2019 fui surpreendida com o fechamento da mesma. Entrei em 2020 abatida, mas logo recebi uma proposta de emprego em uma pousada, até que veio o primeiro decreto governamental de fechamento, em março. Nesse momento procurei chão sob meus pés e não encontrei. Eu sou uma mãe de família, seria mais uma desempregada em plena pandemia, mas resolvi entregar a Deus e esperar. E não é que a resposta veio rápido? Em abril recebi a proposta para ser gerente de logística da Lourinho Distribuidor e, desde então, sigo trabalhando com saúde e muito feliz, com o coração cheio de gratidão pela oportunidade”, afirma Josivania.
Para Edirlan, a experiência foi diferente, mas a sensação de felicidade é a mesma. “Sou muito grato por ter conseguido meu primeiro emprego em plena pandemia, com uma renda fixa e tendo a oportunidade de aprender numa empresa com quase 30 anos de atuação no mercado. Eu já considero meus colegas de trabalho como família, afinal, além de ter sido muito bem acolhido e orientado, passo a maior parte do meu dia ao lado deles”, conclui.
Expansão – Certamente esse aumento deve-se ao fato de que o setor atacadista e de distribuição é composto basicamente de empresas que atendem às necessidades primárias da população, tidas como essenciais pelas autoridades sanitárias. Porém, além da oportunidade de manter seus negócios de portas abertas, se tem algo que tem movido os proprietários dessas empresas é a possibilidade de manutenção de seus times de colaboradores.
Aglaé Santos, empresária do ramo atacadista da construção civil e membro da diretoria da Associação do Comércio Atacadista e Distribuidor de Alagoas (Acadeal), não só manteve seu quadro de funcionários como realizou 12 novas contratações no período de um ano, entre elas a de Josivania e Edirlan.
“Ter a oportunidade de contratar alguém, em momento delicado para a economia como esse, é uma benção que agradeço a Deus todos os dias. Doze funcionários podem até parecer pouco, mas, para mim, cada família importa. O que eu puder fazer para garantir, primeiramente, a dignidade do meu colaborador e, consequentemente, o sustento da sua casa, através do seu salário, farei. Na Acadeal somos em 121 empresas e, com cada uma fazendo a sua parte, estaremos contribuindo para amenizar esse triste momento que todos estamos vivendo, pois sei que a maioria dos comerciantes do nosso Estado tem enfrentado uma realidade bem diferente e bastante desafiadora, com demissões em massa muitas vezes”, ressalta a empresária do ramo atacadista.
Outro ponto a se destacar como iniciativa da empresa é o investimento na valorização dos funcionários, com o objetivo de capacitação profissional por meio de cursos e mentoria de liderança e experiência do cliente. “Aqui nós somos uma família, se os negócios andam bem, nada mais justo do que investir em quem acreditamos e está junto com a gente “no barco”. Isso é feito até como forma de retribuir o esforço e dedicação de cada um. Além disso, quanto mais capacitada nossa equipe for, melhor o serviço que prestamos aos nossos clientes, e, consequentemente, estaremos contribuindo para o fortalecimento do setor no nosso estado”, conclui Aglaé Santos.
