Depois de Ronaldo, vieram vários nomes. A saída mais badalada, sem dúvidas, foi a de Alexandre Pato, que trocou o Internacional pelo Milan aos 18 anos e teve sucesso nas primeiras temporadas, mas não alcançou o êxito que muitos imaginavam por aqui. Neymar e Robinho, ambos revelados no Santos, esperaram um pouco mais e saíram do Brasil apenas aos 21 anos.
Philippe Coutinho, vendido com menos badalação em torno dele, é hoje titular absoluto da Seleção principal porque teve foco na carreira e soube superar os problemas de primeiros anos de Internazionale. Marquinhos, também titular com Tite, saiu do Corinthians aos 18 em uma transferência questionada por muita gente até hoje dentro do Parque São Jorge.
Há, um pouco mais longe dos holofotes, quem tenha conseguido fazer boas carreiras na Europa. Caso dos gêmeos Fábio e Rafael, que trocaram o Fluminense pelo Manchester United ainda nos juvenis e conseguiram, por um tempo, figurar no time principal, comandado por Sir Alex Ferguson, embora não tenham se tornado figuras constantes na Seleção principal.
Michel Macedo, que deixou o Flamengo antes mesmo de jogar nos profissionais, se estabeleceu na Espanha como um bom jogador, e quando voltou ao Brasil, foi campeão da Libertadores em 2013 com o Atlético-MG. Há ainda casos como o de Lucas Piazon, que luta para se firmar, mas já trilhou um caminho emprestado a clubes pequenos.
Há também os que batem e voltam. O caso mais recente é o de Wellington, do Fluminense, que foi vendido ao Arsenal, mas jamais atuou no clube inglês e rodou pela Espanha. Leandro Bonfim, vendido aos 18 para o PSV, teve um ótimo início e nunca faltou talento a ele, mas depois de um tempo não se firmou e voltou ao Brasil para rodar por São Paulo, Cruzeiro, Vasco e outras equipes.
Há casos de jogadores que tiveram ainda mais problemas, como Alberoni, que trocou o Vasco pelo Internazionale e jamais conseguiu ser o jogador que prometia na base. Ou Walker, que trocou o Guarani pelo Ajax aos 17 anos com o cartaz de ser capitão da seleção sub-17 campeã mundial em 1999 e jamais se firmou na Holanda. Ou mesmo Fábio Pinto, que chegou a rivalizar com Ronaldinho Gaúcho na base, mas ficou pelo meio do caminho após ser vendido do Internacional para o Oviedo, da Espanha.
Disso tudo, só dá para concluir que não existe garantia de sucesso no futebol. Talentos precoces muitas vezes são bem sucedidos e viram fenômenos, mas em outras ficam pelo meio do caminho por diversos motivos. Pode ser uma lesão grave, ou o apreço pela noite, ou simplesmente a falta de ambição.
No momento, o mundo da base e o Real Madrid reverenciam o talento de Vinícius Júnior, realmente um fenômeno para a idade. Mas tudo isso pode cair por terra se ele não devolver em campo tudo o que esperam dele. E para isso é preciso entrar para o mundo adulto. E isso é muito mais difícil do que fazer meia dúzia de pedaladas e golaços contra zagueiros sub-20.